BIOLOGIA DAS PRAGAS URBANAS

BARATAS

          As baratas são os mais antigos e importantes insetos associados ao ser humano. Pertence a Classe Insecta, ordem Dictyoptera, também chamada de Blattodea, e permaneceram basicamente inalteradas em relação aos hábitos e forma corpórea nos últimos 300 milhões de anos. Fósseis de baratas são conhecidos desde a Era Paleozóica (CORNWELL, 1968; ROBINSON, 1996).

          As mais primitivas estão contidas nas famílias Polyphagidae e Cryptocercidae, sendo que esta última inclui espécies que se alimentam de madeira, semelhante aos cupins. Durante os primeiros estágios de sua evolução, as baratas se adaptaram ao escuro e às condições de alta umidade, do rico solo orgânico, das florestas tropicais. Dessa forma, das 3.500 espécies descritas em todo o mundo, a grande maioria é silvestre, apenas 1% dessas, possui hábitos domiciliares (CORNWELL, 1968; MARICONI, 1999).

          O hábito omnívoro e noturno proporciona às baratas um abundante suprimento alimentar e maior proteção contra predadores. 

          Dessa forma, os ambientes domésticos, especialmente nos grandes centros urbanos, levam ao desenvolvimento de grandes populações de baratas, agravando os problemas relacionados a elas. Até em tribos indígenas na Amazônia a incidência do inseto é de tal gravidade que obriga os indígenas mudar de local ou a queimarem suas casas periodicamente (POSEY, 1986).

          A importância econômica das baratas, sob o ponto de vista agrícola é insignificante. Sob o ponto de vista médico, podem ser transmissores de sérias doenças ao homem. Pelo fato de viverem em esgotos, latrinas, em restos de comida possibilitam transportarem em suas patas, ou em suas peças bucais, germes patogênicos que contaminam os alimentos (CARRERA, 1980).

          As três espécies de baratas domissanitárias mais importantes são Blatella germanica (barata alemã, francesinha, barata de cozinha), Periplaneta americana (barata de esgoto, cascuda) e Blatta orientalis (barata oriental), esta última mais comum em regiões de clima temperado (MARICONI, 1999).

          Os adultos da Blatella germanica, família Blattellidae, medem de 12-16 mm de comprimento e tem a coloração castanho-amarelada, e os machos e fêmeas são alados. Apresenta um corpo achatado com antenas filiformes e vários segmentos e aparelho bucal do tipo mastigador. A fêmea desta espécie carrega a ooteca presa ao seu abdome até poucas horas antes da eclosão dos ovos. Os machos vivem em média quatro meses e as fêmeas seis meses. A fêmea produz de quatro a oito ootecas em sua vida, em média com 36 ovos por ooteca com uma média de 30 ninfas (ZORZENON & JUSTI, 2006).

          De acordo com este autor, estas baratas são vetores mecânicos de patógenos e abrigam-se em cozinhas, depósitos de alimentos, estufas, geladeiras, motores elétricos, fornos, estufas, geladeiras, freezers, conduítes elétricos, frestas de azulejos, guarnições de portas, armários embutidos, gabinetes, divisórias, depósitos de embalagens, máquinas de refrigerantes e de café.

          A associação delas com o lixo, esgoto e material em decomposição as colocam em contato direto com microrganismos, trazendo como conseqüências sérios riscos de contaminação e doenças ao homem, tais corno: salmonelose, cólera, diarréia, hepatite, etc.

          As baratas possuem algumas características como:

  • Sobreviver 40 dias sem alimento, 7 dias sem água e 40 minutos sem respirar;

  • ‘Ressuscitar' depois de congeladas vivas;

  • Alta taxa de reprodução

  • Elevada capacidade de resistência

         A impermeabilidade de seu exoesqueleto de quitina lhe confere, dificultando a ação dos inseticidas ao seu organismo.  

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