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Modo
de transmissão
A transmissão se dá pela picada do mosquito Aedes
aegypti que ficou infectado porque picou uma pessoa doente. Esse
mosquito infectado, picando uma pessoa sadia, passa o vírus da
dengue e esta pessoa fica doente. A doença só acomete a população
humana.
Os transmissores de dengue, principalmente o Aedes aegypti,
proliferam-se dentro ou nas proximidades de habitações (casas,
apartamentos, hotéis etc.) em qualquer coleção de água limpa
(caixas d'água, cisternas, latas, pneus, cacos de vidro, vasos de
plantas). As bromélias, que acumulam água na parte central (aquário),
também podem servir como criadouros. A transmissão da dengue é
mais comum em cidades. Também pode ocorrer em áreas rurais, mas é
incomum em locais com altitudes superiores a 1200 metros.
Não há transmissão pelo contato direto de uma pessoa
doente para uma pessoa sadia. Também não há transmissão pela água,
por alimentos ou por quaisquer objetos. A dengue também não é
transmitida de um mosquito para outro. Quem pica é a fêmea e o faz
para sugar o sangue. Os mosquitos acasalam 1 ou 2 dias após
tornarem-se adultos. A partir daí, as fêmeas passam a se alimentar
de sangue, que fornece as proteínas necessárias para o
desenvolvimentos dos ovos. As fêmeas têm preferência pelo sangue
humano. Elas atacam vorazmente. São ativas durante o dia, podendo
picar várias pessoas diferentes, o que explica a rápida explosão
das epidemias de dengue.
Locais
onde ocorre a doença
No Brasil, a erradicação do Aedes aegypti na década
de 30, levada a cabo para o controle da febre amarela, fez
desaparecer também a dengue. No entanto, em 1981 a doença voltou a
atingir a Região Norte (Boa Vista, Roraima). No Rio de Janeiro
(Região Sudeste) ocorreram duas grandes epidemias. A primeira em
1986-87, com cerca de 90 mil casos, e segunda em 1990-91, com
aproximadamente 100 mil casos confirmados. A partir de 1995, a
dengue passou a ser registrada em todas as regiões do país e, em
1998, o número de casos chegou a 570.148. Em 1999 houve uma redução
(210 mil casos), seguida de elevação progressiva em 2000 (240 mil
casos) e em 2001 (370 mil casos). Nesse último ano, a maioria dos
casos (149.207) ocorreu na região Nordeste.
No Estado de São Paulo, em 1990, começa uma grande epidemia
na região de Ribeirão Preto, que se disseminou para outras regiões.
Em 1995, já haviam 14 municípios envolvidos com a transmissão da
dengue.
As primeiras prováveis epidemias de dengue datam do final do
século XVIII. Nesta época, a doença era conhecida como
"febre quebra-ossos" devido às fortes dores que causava
nas juntas. Já durante os séculos XIX e XX, foram registradas
diversas epidemias ao redor do mundo atribuídas à dengue:
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Zazibar (1823; 1870),
-
Calcutá (1824; 1853; 1871; 1905),
-
Antilhas(1827),
-
Hong Kong(1901),
-
Estados Unidos (1922),
-
Austrália (1925-26; 1942),
-
Grécia (1927-28),
-
Japão (1942-45).
Na década de 50, foi reconhecida e descrita pela primeira
vez uma grave manifestação clínica associada à dengue, a febre
ou dengue hemorrágica. Não se sabe bem porque, mas a dengue hemorrágica
se comportou como uma doença relativamente rara antes da década de
50. Isso pode ter acontecido devido aos fatores de ordem social,
como a intensa urbanização e maior intercâmbio entre as
diferentes regiões do planeta, que podem ter contribuído para o
aumento da incidência da dengue de maneira geral possibilitando o
aparecimento de grandes contingentes populacionais com experiências
imunológicas com a dengue, fazendo com que assim existisse o risco
da dengue hemorrágica.
O Estado de São Paulo registrou a ocorrência de 78.614
casos autóctones (adquiridos no próprio Estado) de dengue, em 358
municípios, entre janeiro e outubro de 2007, com considerável
expansão da doença para novas áreas. Durante todo o ano de 2006
foram registrados 50.021 casos em 254 municípios. Atualmente, temos
508 municípios infestados com o Aedes aegypti, excluindo-se apenas
alguns municípios do Vale do Ribeira e do Paraíba e das Regiões
Metropolitanas de São Paulo e de Campinas.
O único modo possível de evitar a introdução de um novo
tipo do vírus da dengue é a eliminação dos transmissores. O Aedes
aegypti também pode transmitir a febre amarela.
Sintomas
A dengue clássica é usualmente benigna. A infecção
causada por qualquer um dos quatro tipos (1, 2, 3 e 4) do vírus da
dengue produz as mesmas manifestações. A determinação do tipo do
vírus da dengue que causou a infecção é irrelevante para o
tratamento da pessoa doente. A dengue é uma doença que, na grande
maioria dos casos (mais de 95%), causa desconforto e transtornos,
mas não coloca em risco a vida das pessoas. Inicia-se com febre
alta, podendo apresentar cefaléia (dor de cabeça), prostração,
mialgia (dor muscular, dor retro-orbitária - dor ao redor dos
olhos), náusea, vômito, dor abdominal. É freqüente que, 3 a 4
dias após o início da febre, ocorram manchas vermelhas na pele,
parecidas com as do sarampo ou rubéola, e prurido
("coceira"). Também é comum que ocorram pequenos
sangramentos (nariz, gengivas).
A maioria das pessoas, após quatro ou cinco dias, começa e
melhorar e recupera-se por completo, gradativamente, em cerca de dez
dias.
Em alguns casos (a minoria), nos três primeiros dias depois
que a febre começa a ceder, pode ocorrer diminuição acentuada da
pressão sangüínea. Esta queda da pressão caracteriza a forma
mais grave da doença, chamada de dengue "hemorrágica".
Este nome pode fazer com que se pense que sempre ocorrem
sangramentos, o que não é verdadeiro. A gravidade está
relacionada, principalmente, à diminuição da pressão sangüínea,
que deve ser tratada rapidamente, uma vez que pode levar ao óbito.
A dengue grave pode acontecer mesmo em quem tem a doença pela
primeira vez.
O doente se recupera, geralmente sem nenhum tipo de problema.
Além disso, fica imunizado contra o tipo de vírus (1, 2, 3 ou 4)
que causou a doença. No entanto, pode adoecer novamente com os
outros tipos de vírus da dengue. Em outras palavras, se a infecção
foi com o tipo 2, a pessoa pode ter novamente a dengue causado pelos
vírus dos tipos 1, 3 ou 4. Em uma segunda infecção, o risco da
forma grave é maior, mas não é obrigatório que aconteça.
Existem diferentes teorias para explicar o surgimento da
dengue hemorrágica. Alguns afirmam que ela passa a ter alta incidência
em uma população já anteriormente exposta a um outro tipo de vírus
da dengue. Seria a exposição seqüencial a um segundo diferente
tipo de vírus, que causaria a dengue do tipo hemorrágica. Para
outros, a dengue hemorrágica dependeria da maior virulência de
determinadas cepas do vírus, isto é, existiriam formas virais mais
agressivas do que outras. Uma última explicação seria que as
formas hemorrágicas da dengue estariam mais associadas ao tipo 2 do
vírus.
O
mosquito
O Aedes aegypti pertence à família Culicidae, a qual
apresenta duas fases ecológicas interdependentes: a aquática, que
inclui três etapas de desenvolvimento - ovo, larva e pupa -, e a
terrestre, que corresponde ao mosquito adulto.
A duração do ciclo de vida, em condições favoráveis, é
de aproximadamente 10 dias, a partir da oviposição até a idade
adulta. Diversos fatores influem na duração desse período, entre
eles a temperatura e a oferta de alimentos.
Detalhes
do ciclo de vida
OVO
Os ovos são depositados pela fêmeas acima de meio líquido
à superfície da água, ficando aderidos à parede interna dos
recipientes. Após a postura tem início o período de incubação,
que em condições favoráveis dura 2 a 3 dias, quando estarão
prontos para eclodir. A resistência à dessecação aumenta
conforme os ovos ficam mais velhos, ou seja, a resistência aumenta
quanto mais próximos estiverem do final de desenvolvimento embrionário.
Este completo, eles podem se manter viáveis por 6 a 8 meses. A fase
de ovo é a de maior resistência de seu biociclo.
LARVA
As larvas são providas de grande mobilidade e têm como função
primária o crescimento. Passam a maior pare do tempo alimentando-se
de substâncias orgânicas, bactérias, fungos e protozoários
existentes na água. Não selecionam alimentos, o que facilita a ação
dos larvicidas, bem como não toleram elevadas concentrações de
matéria orgânica na água. A duração da fase larval, em condições
favoráveis de temperatura (25 a 29º C) e de boa oferta de
alimentos, é de 5 a 10 dias, podendo se prolongar por algumas
semanas em ambiente adequado.
PUPA
A pupa não se alimenta, apenas respira e é dotada de boa
mobilidade. Raramente é afetada por ação de larvicida. A duração
da fase pupal, em condições favoráveis de temperatura é de 2
dias em média.
ADULTO
Macho e fêmea alimentam-se de néctar e sucos vegetais,
sendo que a fêmea depois do acasalamento, necessita de sangue para
a maturação dos ovos. Há uma relação direta, nos países
tropicais, entre as chuvas e o aumento do número de vetores. A
temperatura influi na transmissão da dengue. Raramente ocorre
transmissão da dengue em temperaturas abaixo de 16º C. A transmissão
ocorre preferencialmente em temperaturas superiores a 20º C. A
temperatura ideal para a proliferação do Aedes aegypti estaria em
torno de 30 a 32 ºC.
Medidas
gerais de prevenção
O melhor método para se combater a dengue é evitando a procriação
do mosquito Aedes aegypti, que é feita em ambientes úmidos
em água parada, seja ela limpa ou suja.
A fêmea do mosquito deposita os ovos na parede de
recipientes (caixas d'água, latas, pneus, cacos de vidro etc.) que
contenham água mais ou menos limpa e esses ovos não morrem mesmo
que o recipiente fique seco. Não adianta, portanto, apenas
substituir a água, mesmo que isso seja feito com freqüência.
Desses ovos surgem as larvas, que, depois de algum tempo vivendo na
água, vão formar novos mosquitos adultos.
O combate ao mosquito deve ser feito de duas maneiras:
eliminando os mosquitos adultos e, principalmente, acabando com os
criadouros de larvas. Para eliminação dos criadouros é importante
que sejam adotadas as seguintes medidas:
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Não se deve deixar objetos que possam acumular água expostos à
chuva. Os recipientes de água devem ser cuidadosamente limpos e
tampados. Não adianta apenas trocar a água, pois os ovos do
mosquito ficam aderidos às paredes dos recipientes. Portanto, o que
deve ser feito, em casa, escolas, creches e no trabalho, é:
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substituir a água dos vasos das plantas por terra e esvaziar o
prato coletor, lavando-o com auxílio de uma escova;
-
utilizar água tratada com água sanitária a 2,5% (40 gotas por
litro de água) para regar bromélias, duas vezes por semana*. 40
gotas = 2ml;
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não deixar acumular água nas calhas do telhado;
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não deixar expostos à chuva pneus velhos ou objetos (latas,
garrafas, cacos de vidro) que possam acumular água;
-
acondicionar o lixo domiciliar em sacos plásticos fechados ou latões
com tampa;
-
tampar cuidadosamente caixas d'água, filtros, barris, tambores,
cisternas etc.
Para reduzir a população do mosquito adulto, é feita a
aplicação de inseticida através do "fumacê", que deve
ser empregado apenas quando está ocorrendo epidemias. O "fumacê"
não acaba com os criadouros e precisa ser sempre repetido, o que é
indesejável, para matar os mosquitos que vão se formando. Por
isso, é importante eliminar os criadouros do mosquito transmissor.
Além da dengue, se estará também evitando que a febre amarela,
que não ocorre nas cidades brasileiras desde 1942, volte a ser
transmitida.
http://www.cetesb.sp.gov.br/Institucional/dengue/dengue.asp
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