POMBOS

          Os pombos estão no centro de uma polêmica: considerados aves símbolo da paz são também potenciais transmissores de doenças. O pombo Columba livia é uma ave da Europa que está presente em todas as cidades do mundo. Desde 1960, um acentuado aumento da população de pombos vem sendo registrado nos grandes centros urbanos do Brasil, despertando as autoridades para questões sanitaristas e de conservação do patrimônio.


          Os pombos adaptaram-se muito bem à vida nas cidades, pois nestas encontraram abrigo farto para procriar. Os edifícios com fendas e espaços nas instalações de ar condicionado são o lugar ideal para os ninhos, sem falar na imensa oferta de comida disponível no ambiente urbano, tanto pelo acúmulo de lixo quanto por algumas pessoas que chegam a dar até 40kg de milho por semana aos pombos. O fato é que, no Brasil, a ave européia já apresenta uma enorme população que continua crescendo. Assim, a passiva ave está se tornando um perigo para as cidades e moradores.

          Os pombos transmitem doenças às pessoas, suas fezes muito ácidas estragam monumentos de metal e bronze, causam apodrecimento de madeira, além de contaminar a água e alimentos. Suas penas entopem calhas e provocam alergias. No sentido ecológico, o

excesso de pombos acabou por expulsar outras aves da fauna urbana, pois os pombos consomem toda a comida disponível no ambiente. Os pombos podem transmitir sérias doenças às pessoas como:

- SALMONELOSE - provocada por bactéria, gera febre alta súbita, dores de cabeça e diarréia.
- ORNITOSE - provocada por bactéria, afeta o pulmão, provoca secreção nos olhos e problemas respiratórios.
- TOXOPLASMOSE - causada por um protozoário, afeta a visão.

          Algumas dessas e outras doenças como criptococose, histoplasmose e ornitose são transmitidas através da inalação de poeira contendo fezes secas de pombos contaminados por fungos (histopiasmose e criptococose). Essas doenças comprometem o aparelho respiratório e podem também afetar o sistema nervoso central no caso da criptococose.

          A salmonelose pode ser transmitida pela ingestão de alimentos contaminados por fezes de pombos contendo o agente infeccioso Salmonela sp, que compromete o aparelho digestivo.

          Ácaros de pombos provenientes de aves e ninhos podem causar dermatites em contato com a pele do homem.

          Os pombos urbanos (Columba livia) são aves de cabeça pequena e redonda, bico estreito e comprimento médio, pernas e dedos (4) moles e geralmente vermelhos. Macho e Fêmea são semelhantes, plumagem de coloração variada oscilando especialmente entre cinza e marrom. No pescoço de modo geral, apresentam reflexos metálicos. Estas aves alimentam-se, principalmente, de grãos e sementes, colhidos em áreas abertas. Acredita-se que a expansão da atividade agrícola pelo homem tenha contribuído para expansão do habitat destas aves. O seu ciclo reprodutivo é regular pela disponibilidade de alimentos. Em centros urbanos, é observada a reprodução desta ave durante o ano todo, exceto na época de muda das penas, antes do inverno. Os pombos são monogâmicos. Normalmente a fêmea coloca 2 ovos que demoram de 17 a 18 dias para chocar, fazendo 2 a 3 ovoposições ao ano. Entretanto quando recebem alimentação em abundância podem aumentar sua capacidade reprodutiva para várias posturas ao ano. Os filhotes são alimentados com uma secreção do papo cuja composição é muito próxima a do leite chamado “leite de pombo”. Podem voar em 4 a 5 semanas.

          Apesar do incomodo e risco que trazem a saúde das pessoas e aos danos ao patrimônio não é permitido fazer qualquer tipo de controle que venha a matar ou causar qualquer crueldade a esta ave, são protegidas por lei. Por isso estudiosos se limitam a sugerir medidas que afastam essas aves dos locais que são indesejáveis para outros locais. As medidas mais adotadas são:

  • Colocar rampas com ângulo de 601 ou mais de madeira ou folha de zinco ou fios de nylon no local onde os pombos se alojam, eliminando suas possibilidades de pouso:

  • Supressão de toda fonte de alimento, voluntária ou involuntária fornecida aos pombos, o que inclui promover a educação sanitária dos freqüentadores do local e destinar adequadamente os resíduos de alimento e, principalmente, coibir a ação dos 'provedores' de alimento para os pombos;

  • Dissuasão do pouso em superfícies que possam ser usadas como poleiros (parapeitos, beirais das fechas, externas ou internas, em edifícios, vigas e caibros de telhado). Usando para isso gel repelente, espículas, espirais metálicas, cordas de arame ou nylon:

  • Vedação dos acessos a forros, desvãos, varandas, áreas de serviço, utilizados para nidificação e como abrigo, diurno ou noturno, por meio de tapumes, telas ou redes;

  • Destruição sistemática dos ninhos ativos e inativos encontrados;

  • Utilização de repelentes auditivos, tais como explosão de fogos de artifícios, chacoalhar latas de alumínio, instrumentos que emitam sons alarmantes, aparelhos de ultra-som ou vozes de predadores de pombos (coruja e gaviões);

  • Emprego de repelentes visuais, tais como espelhos, fitas refletoras, luzes giratórias, estroboscópicas, balões e manequins de predadores (corujas, gaviões e falcões);

  • Limpeza e desinfecção das áreas freqüentadas pelos pombos, inclusive dos locais de pouso e nidificação;

  • Proteger os alimentos de possível acesso das aves;

  • Não permitir que pombos comam sobras de ração de animais domésticos;

          A população também deve ser esclarecida que o hábito de fornecer alimentos para pombos acarreta desequilíbrio populacional com proliferação excessiva dessas aves, desencadeando problemas para o meio ambiente e afetando a qualidade de vida das pessoas. São defendidos por lei.

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